Como falei anteriormente, o Projeto de Leitura foi discutido na última reunião pedagógica e com a aprovação dos professores, já começamos a colocá-lo em prática.
A leitura coletiva é uma das atividades propostas pelo projeto, onde a cada semana um professor ou funcionário da escola lerá um texto, um poema, um conto, uma poesia... na rádio e todos os alunos terão esse texto para acompanhar. Além disso, cada aluno ganhou um caderno para criar um portifólio e colocar os textos lidos. A capa será confeccionada por eles nas aulas de Artes, com as professoras Regina e Silvia. Falarei mais sobre isso posteriormente.
Ontem mesmo iniciaram a entrega dos cadernos e as leituras dos textos e já ficamos muito felizes com o primeiro resultado!! A primeira professora a ler o texto, foi a professora Jane, de Língua Portuguesa. Ela é uma das idealizadoras do projeto...
PERÍODO MATUTINO: Prof. Jane - Todas as cartas de amor são Ridículas
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Fernando Pessoa, Obra poética, Lisboa, Nova Aguilar, 1986.
PERÍODO VESPERTINO: Prof. Vanessa (Pré escolar) - "O sapo e a flor"
O SAPO E A FLOR
Numa floresta muito grande e cheia de bichos, habitavam várias famílias de animais.
Desde insetos e até mesmos leões com suas leoas e filhotes. Todos cuidavam de suas vidas e da comida também. Os macacos eram os mais alegres, pois estavam sempre brincando e pulando de galho em galho, como se fosse uma festa. Os pássaros regiam a orquestra, pois entre tantos gritinhos, urros e barulhos dos bichos parecia mesmo uma grande orquestra.
Estava um dia o sapo tomando seu banho de sol, quando ouviu que lhe dirigiam a palavra. Logo abriu seus olhinhos procurando quem com ele estaria falando! Eis que vê uma linda flor cor-de-rosa cheia de pintinhas...
Assim estava dizendo ela:
_ Nossa que coisa mais feia! Nunca vi um bicho tão feio! Que boca tão grande, que pele tão grossa... parece até uma pedra, aí parada, sem valor nenhum. Ainda bem que sou formosa, colorida e até perfumada. Que triste seria ser um sapo!!!
O sapo que tudo ouvia ficou muito triste, pois sempre que via a flor, pensava:
_Que linda flor, tão perfumada, que cores lindas, alegra a floresta!
Mas a flor agora havia se mostrado dizendo tudo aquilo do sapo.
De repente surge o gafanhoto saltitante e vê a flor, mas não o sapo.
A flor, quando o percebeu, ficou tremendo em seu frágil caule.
- Meu Deus, que faço agora?
Vocês sabem que o gafanhoto gosta de comer as pétalas de qualquer flor que encontre, e ela seria assim sua sobremesa...
O sapo, quietinho, quietinho, não se mexeu, e quando o gafanhoto se aproximou
da flor, nhac... o alcançou com sua língua.
A flor que já se havia fechado, pensando que iria morrer, abriu-se novamente não acreditando no que havia acontecido.
Mas dona árvore que desde o início a tudo assistia, falou muito energicamente e brava lá do seu canto:
_Pois é dona flor, veja como as aparências enganam. Tenho certeza que a senhora gostaria mais do elegante e magrinho gafanhoto. No entanto, veja como ele teria sido tão mau com a senhora! Às vezes pensamos e dizemos coisas sobre nossos semelhantes que não são verdadeiras. Precisamos tomar muito cuidado com o que falamos, sabe por quê?
_Não - dizia a flor ainda tremendo de susto.
_Todos nos somos diferentes, de formas diferentes, e até pensamos diferente. Você sabe que existem também outras formas de se falar?
_Não. Não sabia - disse a flor espantada com a sabedoria da árvore.
_Pois então minha pequena, da próxima vez que for falar de alguém, pense antes, pois este alguém poderia ser você. Agora agradeça ao seu amigo sapo o favor que ele lhe fez, e também conte aos outros o que aprendeu aqui hoje.
Com sua vozinha fraca a flor disse ao sapo:
_Meu amigo, você é, realmente, amigo. Agradeço-lhe ter me salvado do gafanhoto e prometo que nunca mais falarei de ninguém. Aprendi a lição e dona árvore me ensinou também.
Todos os bichos que estavam assistindo bateram palmas.
E assim amiguinhos, aqui fica a lição: somos todos iguais. Existem bons e maus, mas podemos escolher de que lado vamos ficar.
Marlene B. Cerviglieri
PERÍODO NOTURNO - Prof. Rosângela (Português/ Inglês) - "Vida"
O texto da noite foi dramatizado pela professora! E fala sobre uma senhora que começou a faculdade co quase 80 anos! Em breve, colocarei o texto aqui..
Abçs, Mery